Artigo de opinião para a Líder Magazine.

Antes de explicar o que é o Growth Hacking, abordarei primeiro outro Growth, o Mindset Growth.

Desde que comecei a aplicar esta forma de pensar, os meus sentidos ficaram mais aguçados, aquela curiosidade e fome por aprendizagem aumentou. O medo de errar ou de falar que preciso estudar para dar uma resposta, simplesmente não existe mais. Comecei a enxergar muito mais oportunidades e aprender muito com todo o processo, e hoje em dia isso cabe a qualquer processo. Esta forma de pensar pode ser aplicada até para cozinhar, é mágico. Bom, pelo menos foi para mim.

O que é o Growth Mindset ou Mentalidade de Crescimento?

Tudo começou há mais de três décadas, com a psicóloga e professora Carol Dweck. Ela estuda a motivação humana. Os estudos de Dweck analisaram as origens dessas mentalidades, o seu papel na motivação e autorregulação, e o seu impacto na realização e nos processos interpessoais.

Deste estudo, temos dois tipos de mentalidade: a fixa e a de crescimento.

As pessoas de mentalidade fixa acreditam que a sua inteligência não irá mudar, sendo desta forma e pronto. Desconsidera que é possível desenvolver novas habilidades e construir novas coisas. Para pessoas com essa mentalidade, errar é considerado um fracasso.

As pessoas com mentalidade de crescimento são abertas a feedbacks e a novos desafios. Persistem diante dos obstáculos e veem o esforço como um caminho para o sucesso.

Após saber que há dois tipos de mentalidade, diga. Em qual delas se enquadra? No Fixed Mindset ou no Growth Mindset? Se quiser saber mais sobre este assunto, recomendo o livro da Carol Dweck –  Mindset: The New Psychology of Success

Mas qual é a conexão entre esta mentalidade e o Growth Hacking? Tem toda conexão! Pois se o profissional não possui a mentalidade de crescimento, não conseguirá aplicar o Growth Hacking, que nada mais é que uma metodologia de trabalho que segue o princípio do crescimento acelerado, contínuo e consistente.

Growth + hacking: de onde vem?

A história desse termo é curiosa. Sean Ellis, na época gerente de marketing do PayPal, estava a procurar um substituto. Na hora de escrever o perfil do profissional que ele gostaria que ocupasse a cadeira, ele usou o termo “Growth Hacker”. Isso porque, além dos conhecimentos em marketing, essa pessoa deveria também carregar consigo uma visão e uma bagagem em produto, dados e tecnologia. É importante lembrar que o termo hacker, não se refere apenas aquelas pessoas que atuam fora da lei utilizando a informática, também aplica-se às pessoas que desempenham as suas funções com inteligência, análise, criatividade e habilidade.

Um combo capaz de criar atalhos de crescimento.

Essa combinação não demorou para ser implantada, especialmente por empresas mais pequenas, modelos de startup com orçamentos reduzidos e que precisavam aumentar o número de clientes e, claro, aumentar a faturação de forma rápida. Com o passar do tempo, a metodologia também conquistou espaço em grandes empresas devido aos seus resultados tangíveis.

Mas, como funciona o Growth Hacking?

Uma metodologia, uma mentalidade, um processo. O Growth Hacking é um exercício diário de investigação, experimento, inteligência e ciência. Não se limita somente ao marketing, mas está também conectado diretamente ao produto, inclusive com possibilidade de interferir no desenvolvimento, a partir de testes e respostas dos utilizadores e clientes.

A flexibilidade em testar caminhos, a agilidade em fazer mudanças, baseando-se em dados coletados, otimizações e soluções de tecnologia, são grandes diferenciais do “growth” em relação ao marketing como conhecemos.

Costumo dizer que trabalhar com esta metodologia é olhar para 4 pilares: 

• Data Drive: É fundamental que os profissionais de marketing ou produto tenham acesso e façam uma análise dos dados diariamente. Seja o tráfego do site, vendas, seguidores das redes sociais, produtos mais vendidos, ou menos vendidos. Todos os dados dão pistas de como a próxima ESTRATÉGIA será criada.
• Estratégia: Após a análise dos dados, a equipa de estratégia define quais são os novos caminhos, quais canais de aquisição fazem mais sentido e constroem as hipóteses do que pode trazer mais resultados. Com este caminho estratégico, também temos o direcionamento CRIATIVO.
• Criatividade: Com os insights dos dados + estratégia, caminha-se para criar uma campanha que tenha mais conexão com o utilizador. Neste pilar, tudo é criado com o mindset de conversão, então, a mensagem, a imagem, as cores, e o posicionamento do CTA, estarão pensados para uma ação com mais RESULTADOS.
• Resultados: Todos os pilares anteriores bem executados é o que trará mais resultados e mais aprendizados. Neste pilar, além dos números, o resultado também é o quanto a sua equipa aprendeu.

Agora, deve estar a questionar-se: isto serve para mim e para a minha empresa?

A resposta é: Sim! Esta metodologia é para todos.

Comece pelo básico e estude sobre o assunto. Recomendo a leitura do livro do pai do Growth: Hacking Growth, do autor Sean Ellis.

Sei que pode parecer confuso aplicar esta forma de pensar e agir, mas posso-vos dizer que tudo fica muito mais claro e leve, além da sua equipa estar cada dia mais integrada e comprometida com os resultados.